quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Acinzentamento.

Gosto muito pouco de zonas cinzentas. Curiosamente dou por mim enfiada nelas mais vezes do que gostaria de admitir. Nem gosto muito da cor cinzento, apesar de usar bastante (porque fica bem com todas as outras cores, das quais gosto tanto!). Não gosto quando Lisboa acorda cinzenta e as nuvens ficam por ali carrancudas a vigiar-nos os passos. Não gosto do lápis preto na pálpebra que se torna na sombra cinzenta mal-espalhada ao final do dia. Mas o que me chateia mesmo são as zonas cinzentas, o é-mas-não-é, o acho-que-sim-mas-penso-que-não, o vou-estar-posso-estar-talvez-não-esteja... todas essas zonas são lugares incómodos, frios e cinzentos. Nunca percebi muito bem como é que se dá este acinzentamento. Quando olhamos para o lado já lá estamos.Estávamos a caminhar em direcção ao sol e - pimbas - a bela da nunvem cinzenta aparece para nos roubar as certezas. Acho que o cinzento se alimenta de indefinições. Quando dou por mim numa dessas tento fugir o mais rapidamente possível. O problema é que o meu signo é balança - e mesmo que não tenha nada a ver com isso - sou a indecisão em pessoa. Portanto zonas cinzentas são apenas sintomas da doença. Devia estar confortável pelo treino, não é? Não estou. Aparentemente sou uma praticante inconformada do acinzentamento.

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